Já não és a obsessão-desejo
que perseguia o meu desespero
de estar só,
de querer-te sem
querer…
Já não és o sonho
impossível
que despertou o meu
sentimento
para uma entrega sem
limites…
Já não és o pesadelo
que torturava a minha
ilusão
nesta casa, castelo
assombrado. Sem amor…
Já não és o grito de
angústia
que ecoava no meu
silêncio
a revolta-negação dos
teus afagos…
Já não és… Bem hajas
tu, bem haja eu!
não és barreira, não
és limite,
não és caos, não és
abismo… para mim…
Já não és!
És apenas – e tanto
que és! – o amigo,
a ternura da
partilha,
o sofrimento
incontido da tua dor no meu peito,
o desespero de não
poder anular o que está feito,
a vontade imensa de
querer ajudar
sem saber ao certo
onde começar…
Ah!, meu amigo! Tu já
não és,
Tu és!
E porque és, assim
amigo, assim irmão,
o espinho da tua ferida
fere-me a alma
e o coração…
De Maria La-Salete Sá
(20/12/1986 01:09h)
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