quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O SILÊNCIO QUE ME FALOU


Era noite!
Lá fora ainda o sol sorria,
lá fora talvez ele sentisse
em suas mãos aquelas que buscava...
Lá fora tudo era movimento e alegria,
lá fora até ele seria
feliz... tão feliz como ansiava...
Mas aqui, não!
Aqui era noite!
Uma noite triste, escura e silenciosa,
uma noite de chuva invernosa,
onde apenas um fantasma existia...
Era eu!
Aquele "eu" que me fugia,
aquele "eu" que me escondia
nesse amor terno que ele dissimulava...
Mas agora não pude fugir,
ao meu encontro tive que vir
e ouvir o silêncio falar...
Era eu que nele estava,
era eu que me escutava,
e era a mim que torturava...
Disse-me que não fosse tonta,
que não cresse em fantasias,
porque seu amor não seria
mais do que pura imaginação
para manter bem seguro
meu pobre e apaixonado coração...
Ou... então, que olhasse a sua mão!...
E assim, comigo, meu ser triste se encontrou
depois que aquele silêncio me falou...
De Maria La-Salete Sá (07/04/1971)
imagem do google

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