Hoje, enquanto
aguardo a minha vez de ser chamada para a ecografia tiroideia, observo pessoas ao
meu redor. Gentes que esperam, metidas em seus mundos, caladas, mas talvez em
monólogos internos, imparáveis. Que dirão? Que pensarão? Estarão presentes ou
estarão ausentes? Presentes no físico e ausentes no espaço desta sala?
E eu? Onde me
encaixo neste contexto, entre pessoas e nestas cogitações? Estou… não estou…
quero estar em mim, mas estou fora…, estou em todo o lado, em todas as pessoas
ao meu redor, neste espaço e neste tempo…também no tempo da espera.
Talvez até
nossos pensamentos se encontrem e vagueiem entre nós, de mãos dadas, talvez…
sejam apenas pensamentos de espera…
E por falar
em pensamentos…
Há dias dei
comigo a cantarolar uma cantiga com a qual a memória me acordou. E de seguida,
logo meu pensamento divagou, divagou e questionou…
Questionamentos
inusitados, questionamentos loucos de alguém que se considera genuinamente
louca…
Dei comigo a
tentar descobrir como é que o meu cérebro seria capaz de processar a sequência e
as frequências de som da minha cantiga, um cérebro de alguém que nunca tivera
aulas de música…
Qual seria o
“chip” onde se armazenam esses conhecimentos e como foram lá parar? E para
corroborar estas questões quase “insultei” o meu cérebro ao pensar noutras
cantigas, apenas nos nomes das cantigas e logo ele, o Super Sabichão ia
entoando as notas que as compunham.
Mas, mesmo
depois de tanto questionamento fiquei sem respostas…
Será que
alguém as terá?
Quem?
Poder-me-ão
saciar a curiosidade?
É que esta
“pulga” continua a saltitar atrás da minha orelha… questionando…
Maria
La-Salete Sá (31/08/2015…10:16h)
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