domingo, 13 de setembro de 2015

PULGA ATRÁS DA ORELHA

Hoje, enquanto aguardo a minha vez de ser chamada para a ecografia tiroideia, observo pessoas ao meu redor. Gentes que esperam, metidas em seus mundos, caladas, mas talvez em monólogos internos, imparáveis. Que dirão? Que pensarão? Estarão presentes ou estarão ausentes? Presentes no físico e ausentes no espaço desta sala?
E eu? Onde me encaixo neste contexto, entre pessoas e nestas cogitações? Estou… não estou… quero estar em mim, mas estou fora…, estou em todo o lado, em todas as pessoas ao meu redor, neste espaço e neste tempo…também no tempo da espera.
Talvez até nossos pensamentos se encontrem e vagueiem entre nós, de mãos dadas, talvez… sejam apenas pensamentos de espera…

E por falar em pensamentos…
Há dias dei comigo a cantarolar uma cantiga com a qual a memória me acordou. E de seguida, logo meu pensamento divagou, divagou e questionou…
Questionamentos inusitados, questionamentos loucos de alguém que se considera genuinamente louca…
Dei comigo a tentar descobrir como é que o meu cérebro seria capaz de processar a sequência e as frequências de som da minha cantiga, um cérebro de alguém que nunca tivera aulas de música…
Qual seria o “chip” onde se armazenam esses conhecimentos e como foram lá parar? E para corroborar estas questões quase “insultei” o meu cérebro ao pensar noutras cantigas, apenas nos nomes das cantigas e logo ele, o Super Sabichão ia entoando as notas que as compunham.
Mas, mesmo depois de tanto questionamento fiquei sem respostas…
Será que alguém as terá?
Quem?
Poder-me-ão saciar a curiosidade?
É que esta “pulga” continua a saltitar atrás da minha orelha… questionando…


Maria La-Salete Sá (31/08/2015…10:16h)

Sem comentários:

Enviar um comentário