terça-feira, 17 de abril de 2018

HOJE… VISITEI O MAR


 Hoje visitei o mar…

Acolheu-me com um sorriso sereno… de maré baixa…
Em intensa alegria
as ondas beijavam as rochas, brincavam na areia…
…e juntas sorriam,  sorriam…
Eram sorrisos de felicidade, sorrisos plenos de vida!
E nesse encantamento de baixa maré…
convidaram-me para um terno abraço, abraço de bem estar…

Primeiro, o areal,
num abraço quente, acariciou-me os pés…
Depois as ondas…
calçaram–me peúgas de fina e branca renda….
Foi então a vez do mar, que em todo o seu esplendor,
me convidou a entrar…
Mergulhei!
Ah! Doce mergulhar!
Todos os seus habitantes me saudaram,
me abraçaram com tanto carinho
que de dentro dele não quis sair!

Vieram mais abraços, mais sorrisos,
abraços
de ternura vestidos, de maresia perfumados… ,
sorrisos
de pérolas brancas, sorrisos da cor da paz!


Ah! Quem me dera ali ficar…, nesse enlevo… de sonhar…,
mas era hora de regresso, de voltar à realidade…
Em suave melancolia saí do areal,
em pensamento abracei e deixei-me abraçar
e trouxe comigo a paz e a energia que me deu…
… esse meu mar!


De Maria La-Salete Sá (17/04/2018)

sexta-feira, 13 de abril de 2018

EM ABRIL A NATUREZA RI..



Março escorregou devagarinho
para dentro do sono e…
despertou abril.

Abril acordou,
espreguiçou-se…
e abriu-se num lindo sorriso.
Saudou a natureza,
quis abraçar a vida.

Estendeu os braços que…
vazios…
se abraçaram…

Então sofreu…

Onde estavam as árvores para abraçar,
aquelas que, à sua chegada,
em sorrisos de alegria
se agitavam ?...
Onde estavam?

Porque traziam seus braços
abraços vazios?
tão vazios…vazios de ramos,
de troncos,
de ninhos,
de aves…


Inertes ficaram os braços,
quando  espraiando o olhar…

Viu que a natureza
em  espasmos  silentes,
de luto vestida,
chorava a morte dos bosques,
dos montes,
das florestas …agora sem vida…

Envergonhado da ousadia do seu sorriso,
abril chorou…
chorou  tanto…
que em pranto convulsivo
águas mil derramou…

Depois, por entre lágrimas sentidas,
Sofridas…
… o brilho de um outro sorriso
assomou…

Já a natureza sorria,
e em sorrisos de esperança, despertou…
Lá ao longe
regatos
brilhantes
corriam cantando,
beijavam  as pedras,
lavavam tristezas,
sorriam…

… e a vida renascia…

Agora, abril, ainda choroso,
abraça a natureza
e com ela…ri!


Maria La-Salete Sá (13/04/2018)