sexta-feira, 13 de abril de 2018

EM ABRIL A NATUREZA RI..



Março escorregou devagarinho
para dentro do sono e…
despertou abril.

Abril acordou,
espreguiçou-se…
e abriu-se num lindo sorriso.
Saudou a natureza,
quis abraçar a vida.

Estendeu os braços que…
vazios…
se abraçaram…

Então sofreu…

Onde estavam as árvores para abraçar,
aquelas que, à sua chegada,
em sorrisos de alegria
se agitavam ?...
Onde estavam?

Porque traziam seus braços
abraços vazios?
tão vazios…vazios de ramos,
de troncos,
de ninhos,
de aves…


Inertes ficaram os braços,
quando  espraiando o olhar…

Viu que a natureza
em  espasmos  silentes,
de luto vestida,
chorava a morte dos bosques,
dos montes,
das florestas …agora sem vida…

Envergonhado da ousadia do seu sorriso,
abril chorou…
chorou  tanto…
que em pranto convulsivo
águas mil derramou…

Depois, por entre lágrimas sentidas,
Sofridas…
… o brilho de um outro sorriso
assomou…

Já a natureza sorria,
e em sorrisos de esperança, despertou…
Lá ao longe
regatos
brilhantes
corriam cantando,
beijavam  as pedras,
lavavam tristezas,
sorriam…

… e a vida renascia…

Agora, abril, ainda choroso,
abraça a natureza
e com ela…ri!


Maria La-Salete Sá (13/04/2018)






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